EM QUE DIA ESTAMOS HOJE?
A Teologia de Paulo sobre a ressurreição dos mortos está totalmente vinculada à ressurreição de Jesus e ocupa posição central no pensamento teológico e missiológico do apóstolo. Um fato implica no outro, e de tal forma que se afirmarmos que os mortos não ressuscitam estaremos negando também a ressurreição de Jesus. Diz o apóstolo: “Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou” (1 Co 15.13), e isto implica na inutilidade da religião: “se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm” (1 Co 15.14).
Mas, se Cristo não ressuscitou, os maiores idiotas seriam os próprios apóstolos, porque além de terem inventado tamanha fraude, admirável mentira, sempre estiveram dispostos a morrer por ela! Tudo isso com um agravante que nem a insanidade de todos eles poderia explicar, a saber: os que foram martirizados - como Estevão e muitos dos apóstolos e milhares de cristãos queimados vivos, crucificados em praça pública, jogados aos leões famintos - louvavam ao Jesus que inventaram.
Contudo, devemos “tirar o chapéu” para aqueles homens, os apóstolos, porque a sua genialidade confunde a mente mais perspicaz, pois não se tem notícias de que uma mentira tenha realizado tantas coisas maravilhosas e inauditas, como corrigir, em nome do Jesus inventado, o defeito de aleijados, como aquele esmoleiro posto ante a Porta Formosa do Templo de Jerusalém (At 3.1-10). Além disso, fica no mínimo esquisita a reivindicação paulina diante do motivo da fé dos crentes da Galácia: “Aquele que lhes dá o seu Espírito e opera milagres entre vocês realiza essas coisas pela prática da Lei ou pela fé com a qual receberam a palavra?” (Gl 3.5). Paulo usa aqui o tempo presente do verbo: “opera milagres entre vocês”, além de referir-se ao milagre como algo corriqueiro na vida daqueles irmãos. Então, como uma fraude seria assim tão verdadeira, tão real, tão poderosa?
Entretanto, a inércia que toma conta de muitos de nós, parece ser oriunda do mesmo sentimento de incredulidade e medo que sofreram os apóstolos após a dramática experiência com a atrocidade da crucificação naquela inesquecível sexta-feira. Contudo, parece que muitos de nós vivem hoje a paixão da sexta-feira e a decepção do sábado. Será porque ainda não tiveram um encontro com o Cristo Vivo do domingo de Páscoa? A ressurreição de Jesus é o atestado que valida a nossa esperança e nos tira da inércia da incredulidade e do medo. Aleluia!